O raciocínio matemático dos animais de Elberfeld
Foto: Ilustração
Em 1912, pubicavam-se, no Annales des Sciences Psychiques, os resultados das experiências realizadas, em Elberfelde, Alemanha, com os cavalos Nuhamed e Zarif. Esses inteligentes animais – informa Gabriel Delannne -, por meio de um alfabeto convencional, podiam executar cálculos complicados, indo mesmo até à extração de raízes quadradas e cúbicas.
Em meio à geral incredulidade, surgiram alguns filósofos, que perceberam haver, em tais experimentos, um campo novo de observações para a psicologia animal.
Deve-se ressaltar, porém, que o estudo sobre a inteligência animal vem desde o século XIX, desenvolvido por Wilhelm Von Osten, que desde 1980 percebeu no cavalo Kluge Hans ( o talentoso Hans ), garanhão suíço, sinais de uma inteligência que resolveu cultivar.
Com perseverante espírito de pesquisa, tentou fazer-se compreender por Hans, que se tornou capaz de resolver problemas, a ler e indicar corretamente os dias da semana.
Como não poderia deixar de ser, as pesquisas de Von Osten suscitaram uma série de violentas polêmicas. Nomeou-se, até, uma douta Comissão, composta de professores de Psicologia e de Fisiologia da Universidade de Berlim destinada a investigar a especial questão.
O resultado das investigações demonstraram a inexistência de truques ou embuste. Oskar Pfungst, por exemplo, do laboratório de psicologia de Berlim, levantou uma insustentável suposição: o cavalo era levado a dar respostas exatas pela observação de movimentos inconscientes da cabeça ou dos olhos do experimentador.
Acontece, todavia, que o experimentador Von Osten, ao se ausentar deliberadamente do recinto das experiências, o cavalo executava, com absoluta precisão, as tarefas que se lhe apresentavam.
As respostas que dava eram frutos de seu psiquismo. Mas as suspeitas infundadas de Pfungst foram levadas a sério pelos eternos negadores da alma, em qualquer de seus estádios, e as investigações cessaram por completo, para desespero de Wilhelm Von Osten.
O Der. G. Grabow, membro do Conselho Superior da Instrução Pública da Alemanha, relata o que segue, ratificando a incrível capacidade de raciocínio do cavalo Hans, tão injustamente rotulado de fraudulento:
“Eu colocava papel branco em cartas de jogar e punha em cada uma algarismos para pequenas operações, por exemplo: 2+3, 4+2, 7-2, 12-5, 5×2 etc. Como havíamos convencionado, Von Osten devia colocar-se no canto esquerdo do pátio, enquanto eu ficava no direito.
Em seguida, devia mandar-se Hans. Assim se deu. Hans veio para perto de mim e eu lhe disse: Hans, mostrar-te-ei uma carta na qual há um cálculo a exucutar: vai ao senhor que está ali defronte, e, se lhe deres a resposta certa, terás açúcar. Queres? Hans respondeu afirmativamente, abaixando a cabeça.
Tirei as cartas do meu bolso, misturei-as de maneira a ignorar a carta de baixo, e, mostrando-a a Hans, perguntei-lhe: Compreendeste? Ele respondeu: sim, com a cabeça. – Então vai ali ao senhor defronte e lhe dê a resposta. Hás chegou diante de Von Osten, que perguntou: – Então, qual a solução? Hans bateu com o pé 5 vezes. – Qual é o primeiro algarismo? Resposta: 2. Qual o segundo? Resposta: 3.
Foi então que olhei a carta que estava embaixo do maço. Com efeito, nesta carta havia 2 + 3 que Hans havia lido, compreendido, calculado corretamente. Tudo isso sem que ninguém o pudesse ajudar e sem ser ajudado mesmo por uma sugestão inconsciente, no caso impossível.
Quanto a mim, ignorava os números, e Von Osten não poderia deles ter conhecido do outro lado do pátio”. O cavalo de Hans passou às mãos dos discípulos de Von Osten, Herr Kal Krall, que descobriu, ao correr de suas pesquisas, que a acuidade visual do cavalo é extraordinária, não sendo sujeito às ilusões óticas que nele ensaiaram provocar.
Hans compreendeu a língua alemã e tornou-se capaz de expressar idéias por intermédio de um alfabeto convencional, batido com o casco ( vide Annales des Sciences Psiqhiques, janeiro de 1913 ). Após a “aposentadoria de Hans, por velhice, surgiram os cavalos Muhamed e Zarif.
Pouco tempo depois das primeiras instruções, Muhamed executava pequenas adições e subtrações, ao tempo em que entendia o francês e o alemão. Não demorou muito e o animal extraía raízes quadradas e cúbicas, segundo os exemplos transcritos por Gabriel Delanne em sua obra “A Reencarnação”:
(3 x 4 ) + √36
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3
√36 x √64
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