Experiências dimensionam a inteligência animal
Buytendijk transcreve, no livro L´Homme et l´Animal, a respeito do comportamento inteligente dos animais, o seguinte trecho da obra Wege zum Verstanddnis der Frire:
Um rato subiu à beira de um vaso metálico de bordas baixas, em que havia água, e viu flutuando ali um bloco de madeira, sobre o qual se achava um pedaço enorme de carne.
O bloco estava distante do centro, enquanto o rato se encontrava na parte oposta, afastada do bloco. Ele olhou e em seguida saltou para o chão, correndo num impulso até o lugar mais próximo do bloco.
De lá, tentou escalar a borda do vaso(mas não podia, do chão, avistar o bloco dentro d`água, pois a beira do recipiente estava a 20 centímetros de altura).
Diante disso, ergueu-se sobre as patas traseiras, apoiando à parede as dianteiras. Compreendendo a impossibilidade de alcançar a borda, voltou depressa ao ponto de partida( lá a parede parecia mais acessível, em virtude de estar junto ao vaso uma pequena caixa de madeira ).
Por ali, o rato trepou de novo a borda do vaso e começou a subir com grande dificuldade, a fim de alcançar o ponto mais próximo do bloco de madeira. Uma vez lá, saltou sobre o bloco e se apossou da carne, devorando-a.
Notamos em seu comportamento surpreendentes pormenores. Primeiro, ele procurou atingir o ponto aparentemente mais perto do seu objetivo.
Segundo, visou o seu alvo e conservou esse objetivo, mesmo quando não podia continuar vendo o objeto da sua atenção. Terceiro, manifestou um “golpe de vista” preciso, que o conduziu exatamente à parece correspondente ao ponto em que se encontrava o bloco de madeira.
Quarto, como tal processo não desse resultado, tentou um outro, voltando ao seu caminho inicial. Quinto, escolheu com exatidão, a “distância mais curta” para saltar sobre o bloco de madeira e apossar-se da carne.
A que se atribuem as suas reiteradas tentativas de buscar o ponto melhor para alcançar o bloco de madeira? Apenas o instinto?
Kardec, tratando da mediunidade dos animais, elucida(O Livro dos Médiuns): “incontestavelmente, não se lhes pode recusar uma certa dose de inteligência, mas preciso se torna convir que, nesta circunstância, a perspicácia deles ultrapassaria de muito a do homem, pois ninguém há que possa lisonjear-se de fazer o que eles fazem.
Fora mesmo necessário supor-lhes, para algumas experiências, um dom de segunda vista superior ao dos sonâmbulos mais lúcidos.
Sabe-se, com efeito, que a lucidez é essencialmente variável e sujeita a freqüentes intermitências, ao passo que nesses animais seria permanente e funcionaria com uma regularidade e precisão que em nenhum sonâmbulo se vêem. Numa palavra: ela nunca lhe faltaria.”
No mesmo capítulo, o espírito Erasto afirma que há nos animais aptidões diversas; que certos sentimentos, certas paixões, idênticas às paixões e aos sentimento humanos, se desenvolvem neles; que são sensíveis e reconhecidos, vingativos e odientos, conforme se proceda bem ou mal com eles.
Realmente, os animais são vingativos e odientos, conforme se proceda bem ou mal com eles: um elefante muito dócil e trabalhador obedecia fielmente ao seu guia; mas este, certo dia, colheu um coco duríssimo e o partiu na cabeça do elefante, em vez de procurar uma pedra ou tronco de árvore.
Passado algum tempo, depois do trabalho do dia, conduzia ele o elefante para o repouso através da aldeia. Ao passarem diante de uma barraca, onde se vendia coco, o elefante se deteve, escolheu um coco bem duro, tomou-o com a tromba, e deu com ele tão rijamente na cabeça do seu condutor que lhe despedaçou o crânio!
Também os animais expressam arroubos passionais semelhantes aos dos seres humanos.
Fonte: Fenômenos Espíritas no Mundo Animal. Carlos Bernardo Loureiro. Editora Mnêmio Túlio.